No que vai e vem e é engano…
Que nas malhas do tempo me vai entregando,
E nas entranhas fazendo dano.
Venho por estes dias sonhando
No que é plano e colorido,
Repleto do que vai chegando
Ao espaço, futuro perdido.
Venho por estes dias esquecendo
O que me prende e me afasta do Amor,
Os momentos em que vou falecendo,
Apagando de mim a minha Cor…
Vou por estes dias entrevendo
Essa Cor que não se apaga:
Aquela a que chamo Amor, querendo
Expressar essa mão que me afaga…
Expressar Deus feito sentimento e paixão,
Feito amizade, recriação, novidade….
Perceber e melhor ser a oblação
Que brota da fonte da eternidade…
24-10-2008
Vou voltar a casa.
Farto de auto-estradas de nojo e andamento.
Volto ao meu velho e renovado contentamento,
Ao fogo que me abrasa…
Quero chegar à próxima saída!
Não posso mais conter,
Nem ficcionar, fazer desaparecer
A vontade de viver
O futuro do passado da minha vida!
Decidir, eis o que quero;
Sentir que estou ao leme,
E que nenhum cruzeiro pode ser sincero
Na alma de quem já não teme…
E o mundo que me deixe
Viver mundanamente à minha maneira!
Não há porta que se feche,
No mundo da minha vida derradeira!
Já sinto o calor da lucidez retornada…
Ah, esse estar na Cruz com um sorriso rasgado,
O quanto invejo esse alívio sagrado,
De volta à primeira estrada…
08-04-2008
Uma incursão na poesia infantil:
Natal
É tempo de vigiar,
De estar atento aos irmãos.
Pois está prestes a chegar
Jesus ao nosso coração.
Ele volta a nascer
Passados dois mil anos
Sempre que queiramos ser
Verdadeiros seres humanos.
Sempre que saibamos ver
Que não vivemos sozinhos.
E que Deus se vai esconder
No rosto dos mais pequeninos.
Não nasce só em Belém
Mas aqui e em todo o lado
Onde haja sempre quem
Caminhe com Jesus ao lado.
E nesta ocasião especial
Recordamos que Jesus nasceu
Primeiro, no dia que é Natal;
Depois, em cada irmão seu.
Jesus é nosso irmão
E Deus é Pai de todos nós,
É uma alegria ter a protecção
De Deus, que não nos deixa sós!
O importante é lembrar
O que é importante no Natal:
Saber com os outros recordar
Que veio ao mundo um Menino tão especial!
01-12-2008
Natal,
Tempo de redenção,
Arrependimento,
Preparação,
Entretenimento.
Tempo para ser feliz,
Intensamente possuido,
Pelo consumismo opressor,
Santo tempo esquecido.
Tempo de comprar e vender,
Dar e receber,
E no meio de tudo esquecer
A sua verdadeira razão de ser
Engano,
Aparência, ilusão material
Enfeite, fachada, esquecimento total.
Estado espiritual,
Que poucos atingem,
E muitos procuram,
Desconhecem, ou ignoram.
Santa salvação,
Vazio mundano,
Nascimento desprezado,
Sentimento abafado.
Cruz humana,
Dinheiro e tempo perdidos,
Homens reconciliados,
Perdidos, desencontrados.
Fogo universal,
Que ilumina aquilo que somos,
Homens de Bem e Mal,
Que ainda celebram o Natal.
Tempo de redenção,
Arrependimento,
Preparação,
Entretenimento.
Tempo para ser feliz,
Intensamente possuido,
Pelo consumismo opressor,
Santo tempo esquecido.
Tempo de comprar e vender,
Dar e receber,
E no meio de tudo esquecer
A sua verdadeira razão de ser
Engano,
Aparência, ilusão material
Enfeite, fachada, esquecimento total.
Estado espiritual,
Que poucos atingem,
E muitos procuram,
Desconhecem, ou ignoram.
Santa salvação,
Vazio mundano,
Nascimento desprezado,
Sentimento abafado.
Cruz humana,
Dinheiro e tempo perdidos,
Homens reconciliados,
Perdidos, desencontrados.
Fogo universal,
Que ilumina aquilo que somos,
Homens de Bem e Mal,
Que ainda celebram o Natal.
10-2003
A menina de Arroios
Clara, firme, luminosa,
Assim se mostra por hoje a cidade;
Foi-se-lhe o bulício, está glamourosa
A Velha Lisboa, na flor da idade.
O seu esplendor é soalheiro
E os meus pés abrem caminhos de verdade
Por entre as ruelas onde paira o dia inteiro
O perfume da menina-cidade.
A menina de Arroios percorre as ruas
E elas são todas suas sem que tenha lá estado…
São passadeiras vermelhas cruas
Onde se passeia o seu balançado…
E ao fundo a Igreja se ergue em flor
Junto ao novo prédio a erguer
Na encruzilhada de escorreito Amor
Que as duas ruas definem no meu Ser…
Escorre bem lá no fundo da Alma
Da cidade viva cheia de vivos matizes
A flor do Amor que se colhe na calma
De mãos dadas com os sonhos mais felizes!
Desfolhá-la é sentir as praças, as esquinas,
As lojas, os prédios, o tráfego e o mercado
O movimento perpétuo das buzinas…
O teu som em mim abafado!
Eterno regresso da pacata vida
Que o Amor tem nas ruas de Arroios,
Cruzando-se veloz com a saída
Da paragem dos comboios!
Assim se mostra por hoje a cidade;
Foi-se-lhe o bulício, está glamourosa
A Velha Lisboa, na flor da idade.
O seu esplendor é soalheiro
E os meus pés abrem caminhos de verdade
Por entre as ruelas onde paira o dia inteiro
O perfume da menina-cidade.
A menina de Arroios percorre as ruas
E elas são todas suas sem que tenha lá estado…
São passadeiras vermelhas cruas
Onde se passeia o seu balançado…
E ao fundo a Igreja se ergue em flor
Junto ao novo prédio a erguer
Na encruzilhada de escorreito Amor
Que as duas ruas definem no meu Ser…
Escorre bem lá no fundo da Alma
Da cidade viva cheia de vivos matizes
A flor do Amor que se colhe na calma
De mãos dadas com os sonhos mais felizes!
Desfolhá-la é sentir as praças, as esquinas,
As lojas, os prédios, o tráfego e o mercado
O movimento perpétuo das buzinas…
O teu som em mim abafado!
Eterno regresso da pacata vida
Que o Amor tem nas ruas de Arroios,
Cruzando-se veloz com a saída
Da paragem dos comboios!
09-10-2008